09/04/2021
Há 11 anos que o sistema de transporte público de Natal,
opera sem regras estabelecidas pelo órgão gestor, sobretudo, por
parte da Prefeitura do Natal. Vários gestores que estiveram como
chefe do poder executivo municipal nos anos anteriores,
prometeram a realização de uma licitação para resolver esses
percalços no transporte, mas nos últimos anos, nada foi
concretizado, inclusive, com duas tentativas fracassadas.
A crise no setor de transporte em Natal já vem se arrastando
ao longo dos anos e com a pandemia, se tornou caótica. O fato é
que as empresas de ônibus precisam receber suas obrigações por
parte da prefeitura como também, o órgão municipal, precisa
assumir suas responsabilidades na gestão do transporte; cada um
tendo seus direitos e deveres como rege qualquer tipo de contrato.
O que não é mais aceitável é o poder executivo municipal
continuar sem se posicionar, sendo omisso aos problemas no
transporte público de Natal, e permanecer sem apresentar uma
atualização da Planilha Tarifária às empresas permissionárias, o
que as impedem de investirem na renovação da frota e na
manutenção dos seus veículos, pelo fato da atual tarifa ser
insuficiente para isso. Sem atualizar a planilha com os gastos e nem
os reajustes sofridos com os combustíveis ao longo dos anos,
nunca chegaremos a um equilíbrio financeiro desejado, e muito
menos, ofereceremos um serviço de qualidade aos nossos clientes.
Nos últimos 10 anos a frota envelheceu, e 30% dos
passageiros pagantes migraram para outros meios de transporte
por insatisfação; o que só agrava a cada dia a situação financeira
vivida pelas empresas de ônibus. Como conseguir manter um
serviço de qualidade, atendendo satisfatoriamente aos nossos
clientes, sem o poder público municipal cumprir com suas
obrigações legais? Se continuarem omissos à crise, querendo que
as empresas apenas sobrevivam, não avançaremos em nada e o
problema continuará longe de ser resolvido.
A crise é nacional, mas pelo menos em algumas cidades do
país, as autoridades já destinaram receitas públicas para
socorrerem as empresas de suas cidades, evitando assim, o
colapso dos seus serviços. Em Natal não pode ser diferente, é
preciso medidas urgentes que garantam que o setor não pare e se
mantenha. Conclamamos, por fim, as autoridades competentes que
olhem para o transporte público e enxerguem o quanto esse serviço
é essencial e indispensável para dezenas de milhares de
natalenses diariamente.